


Sou Angela Maria Tavares
Escritora, ambientalista, defensora dos direitos humanos, professora, diretora e supervisora (aposentada). Sou autora de diversas obras sobre educação, humanização e sustentabilidade.
Algumas publicações:
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Coleção Olhos da Gruta
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O Encanto do Encontro
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As Aventuras do Coelhinho Fujão no Rio Piracicaba
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A Felicidade Está nas Estrelas
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A Indígena Iara e o Médico Sonhador (sobre Peruíbe)
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Prêmio Destaque pela Apeletras em 2019
Participação em diversas antologias, incluindo Poemas da Cidade e coletâneas da Editora Chiado, entre outras.
Obra em construção: A Fúria da Natureza no Caminho do Sol – Peabiru
Atualmente, sou voluntária em aldeias indígenas e na União de Mulheres de Peruíbe. Moro no Balneário Maria Helena Novaes, Praia das Ruínas, próximo às aldeias – um verdadeiro paraíso!
É um grande prazer estar com vocês, e espero contribuir para o enriquecimento de propostas neste setorial de literatura. Além disso, atuo ativamente em um coletivo de literatura em Americana.
Mulheres Resistentes
Mulheres, eternas adolescentes.
Mulheres, a força que abre fronteiras...
Mulheres que amam e trabalham contentes. Mulheres que plantam e fecundam sementes. Mulheres idolatradas, por vezes amadas e, tragicamente, silenciadas.
Mulheres-águia, que sobrevoam as nuvens em eternos sonhos de paixão.
Mulheres, o espelho da lua, a luz do sol e a essência dos desejos em seu coração.
Mulheres que resistem à opressão e nos ensinam a lição de viver por uma pátria idolatrada, mas que, até hoje, ainda sobrevive sem razão...
Mulheres, o movimento das águas.
Mulheres, fontes de emoção e histórias que afrontam as injustiças sociais.
Mulheres corajosas, que sofrem, se afundam e sobrevivem por tanto amor querer. Mulheres que abrem horizontes, fonte de amor e desejos,
que fazem histórias e transformam o viver.
FELIZ DIA DAS MULHERES, SEMPRE!
Ângela Tavares
No Reino da Galinha Vevinha e a Gatinha Jade
A Galinha Vevinha era muito querida na chácara do Vô João e da Dona Genoveva. Lá, vivia feliz ao lado de seu galinho português. Tudo o que Vevinha comia, logo dividia com carinho com seu amado galinho. Até uma banana! Ela bicava ao meio e, com um animado "có có có", chamava seu amor para compartilhar.
Todos os dias, a linda Galinha Vevinha, grande e soberba, ia botar seu ovinho bem escondidinho. Mas não adiantava muito, pois a esperta Dona Ana logo descobria o tesouro e, atenta, recolhia os ovos com satisfação.
Até que, um dia, apareceu na chácara uma linda gatinha. Rajada como uma onça, com olhos verdes e brilhantes, a recém-chegada logo tomou conta da atenção de todos, deixando-os felizes e radiantes. Jade, a gatinha, deu um rolezinho e, pouco tempo depois, voltou com a barriga cheia de gatinhos, encantando ainda mais os moradores da chácara.
A partir de então, a pobre Galinha Vevinha passou a ser desprezada. Nem na cozinha podia mais entrar para fazer suas necessidades por lá. "Ah, que dó! Có có có, ricó!", gritava a Galinha Vevinha, tomada pela tristeza e pela dor.
Enquanto isso, Jade tinha total liberdade. Podia tudo! E, mesmo quando deixava seu cheirinho por toda parte, todos achavam graça. Mas as galinhas... Ah, as galinhas! Essas corriam para bem longe, assustadas. "Kó kó ri kó!"
O Galinho Português Carijó também ficou triste. E assim, um dia, ele e Vevinha resolveram fugir.
A Galinha Vevinha tomou a dianteira: — Vou fazer greve de ovos! Só volto a botar quando me valorizarem de novo. Afinal, meus ovos valem ouro!
E lá se foram os dois, escavando o solo atrás de minhocas, cantando "có có ri có" cheios de braveza.
Vevinha, indignada, declarou: — Deixem essa Princesinha Jade para lá! Só porque tem olhos verdes? Quero ver como ela vai aprender a botar ovos!
E, decididos, partiram. "Có có ricó, có có!" — cantavam, enquanto se despediam do pôr do sol.
Felizes, partiram para outro lugar, onde, quem sabe, seriam finalmente valorizados. E lá, enfim, poderiam reinar.
"Có có có, ri có..."
Ângela Maria Tavares
Onde está meu coração?
Meu coração cigano, poeta, sempre cheio de emoção e distante da razão.
Vive no ar, navega no mar, nas andanças ama e acompanha o voo da passarada, sentindo a ingenuidade do amor como eterna criança.
Meu coração guerreiro, faceiro, sonhador, feliz, sempre atento às suas raízes e à ninhada. Desfaz-se em pranto ao sentir o perigo de um pássaro ferido.
Sinto na alma os batimentos do coração em festa.
Um coração pleno de juventude, cheio de ternura e felicidade, vivo como borboletas brancas, safiras e amarelas, entre o céu azul cintilante, o sol brilhante e as flores de todas as cores.
Meu coração vive num lindo sonho, onde todos se abraçam saudando o amor, sem distinção de etnia, ideologia, política, deficiência ou religião.
Meu coração, cheio de paz, como no voo dos pássaros, imagina seu cantar em melodias de fantasias distantes que já não ouço mais.
Sinto na alma os batimentos do coração em festa.
A festa da vida e da juventude, que faz do amor uma eterna seresta.
Ângela Maria Tavares
Texto inspirado no livro "Um Voo para a Cura: O Médico e o Curandeiro"
Certo dia, um homem foi ao médico e descobriu que estava com uma doença incurável tomando conta de seu corpo.
O médico deu o diagnóstico: ele estava com um câncer no pulmão e, com muita sorte, talvez tivesse apenas três meses de vida.
Sentindo-se acabado, doente e desolado, o homem decidiu procurar um curandeiro.
O curandeiro o aconselhou a se retirar para as montanhas em busca da cura. Disse-lhe que deveria girar em torno de si mesmo e apontar com o dedo indicador.
O homem seguiu as orientações e passou uma semana nas montanhas, rodeando e apontando para todos os lados, mas nada encontrou.
Um Voo para a Cura
Além desse exercício, o curandeiro também o orientou a se alimentar apenas de frutas silvestres, mel e água das fontes naturais. Assim, enfrentando sua própria existência na solidão da montanha, por sete dias girou, apontando o dedo indicador para todas as direções... e nada via além de belíssimas paisagens, um céu cintilante e flores de todas as cores.
A cura para sua doença? Ele não encontrou.
Desolado e tomado pela tristeza, o homem voltou para a cidade e procurou sua mãe. Relatou tudo o que viveu na montanha: os dias de solidão, a alimentação natural, o exercício de girar e apontar, sem que nada tivesse acontecido. Suas lágrimas rolaram, e ele se sentiu sem esperança.
Sua mãe, uma mulher simples e sábia, olhou dentro de seus olhos e perguntou:
— Filho amado, você já parou para pensar onde estão a maior parte dos seus dedos quando faz esse exercício de buscar a cura?
O homem caiu em prantos e, com humildade, compreendeu que a cura estava dentro dele próprio.
Então, seguindo a orientação de sua mãe, decidiu voltar à montanha por mais algum tempo, aprofundando sua jornada de cura interior. Lá permaneceu, alimentando-se de alimentos naturais, bebendo água pura das nascentes, longe de qualquer produto químico, e buscando sintonia com a natureza.
Quando retornou desse "voo para a cura", foi ao médico para os exames de rotina.
Para surpresa de todos, especialmente do médico alopata, não havia mais nenhum sinal de doença em seus pulmões. O homem estava em perfeito estado de saúde física, mental e espiritual.
Assim, resolveu compartilhar sua história e escrever o livro "Um Voo para a Cura", exaltando a medicina alternativa do curandeiro em harmonia com a medicina convencional.
Esta história foi baseada em uma experiência real.
Por Angela Maria Tavares